sábado, 18 de setembro de 2010

Hesitações

Hesitamos porque a razão fala mais alto. A razão, o medo... E escutamos tudo, menos o coração! Da boca saem-nos as palavras certas, cuidadosamente pensadas, em vez daquelas que são verdadeiramente sentidas...! Optamos por esconder os sentimentos porque insistimos em julga-los à luz do que é tido por certo ou errado! E seguimos os nosso caminhos, traçados por todas as hesitações que mudaram o rumo das nossas vidas. A partir desse momento, vivemos num misto de arrependimento e dúvida... Até quando?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Magia...

A magia perde-se... As recordações ficam...

Vizinhos de praia

Não há soneca melhor do aquela que faço na praia... Com o Solzinho a aquecer o corpo e o barulho do Mar ao fundo... É perfeito.

E quando acordo para descobrir que ao meu lado se instalou um vizinho jeitoso, com um peitoral bem definido e devidamente depilado (atenção, que não fica bem a todos!), um six pack que deixa adivinhar muitas horas de ginásio e um bronze da fazer inveja aos comuns mortais, parece perfeito, certo?

Errado, só parece! Porque, na realidade, não é!

Na realidade o fulano tem um telemóvel e uma matraca, e não se cala (parece uma "gaija"). De repente percebo que, por muito agradável que tenha sido a visão que tive ao acordar, não vou conseguir retomar a minha soneca de praia... E tenham lá a santa da paciência... Mas não há six pack nenhum que supere uma sórninha ao Sol...

Mas será que este fulano não vai à agua? Mas será que ele nunca mais se vai embora? Com tanto metro de areal tinha que aterrar logo aqui, ao meu lado?!?!?

Quando for rica compro uma prainha só para mim!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A dúvida

Porque me atormenta tanto a dúvida? Porque continuo a sonhar com o que deixei para trás?  Presa a uma ilusão que eu própria criei, e que nem sequer sei quanto de real tem ou não?

Fogem-me as certezas e as convicções... Arrasto-me no passar dos dias, num dia a dia que se arrasta em mim... Sem fogo, nem paixão...

Falha-me a razão... Sobra-me o sentimento... Contradizem-se... Rasgam-me ao meio...
E no meio de tanta dúvida, sinto-me a morrer por dentro... Cada vez mais longe de mim... De quem eu sou, e de quem eu quero ser...

A vida trocou-me as voltas ...  Morro de tédio... Afogada na dúvida que me consome e me esgota as forças... Caminho como se quisesse fugir de mim, e das minhas dúvidas... Mas por mais que fuja, elas apanham-me sempre... Desprevenida e sem respostas...

«A busca da felicidade é uma das principais fontes de infelicidade» Eric Hoffer

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Horoscopo

Hoje, ao arrumar a papelada deparei-me com um recorte de jornal... Uma folha antiga, onde estava também o horóscopo. Por mera curiosidade decidi lê-lo:

      "Se não disser aquilo que sente verdadeiramente, ninguém o poderá adivinhar"

Instintivamente fui ver a data do jornal: 19 de Julho de 2010!
Questionei-me se terei lido o horoscopo nesse dia... Suponho que não... Se o tivesse feito, teria eu sido capaz de compreender a mensagem e dizer aquilo que verdadeiramente sentia... Sem pruridos nem rodeios? Teria isso feito a diferença? Teria isso evitado que nos perdessemos pelo caminho?

E se não nos tivessemos perdido... Teríamos tido a coragem de aceitar os sentimentos verdadeiros?

domingo, 5 de setembro de 2010

Saudade, poema de Pablo Neruda

"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe
o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."

sábado, 4 de setembro de 2010

The Crossroads

It takes no time to fall in love, but a lifetime to let go... And even though my reasoning tells me I made the right choice by letting go, my heart will always wonder...

                     It will always wonder 
                     Because it'll never know

It will never know because I robbed it of that chance to find out.  I chose a different path, and in that path there's no room for us... So I chose to let us go... to leave us behind...

Painful as it was, a different choice wouldn't have been any less painful. And the heart would wonder nonetheless... Dwelling on a different doubt and a different pain, but still doubt and still pain... More striking and hurtful maybe.

You see, life is all about choices. And some of those choices can be life-changing. These are the crossroads of life. Following the same old path while forsaking a whole new one, full of new opportunities and hopes, comes with a lot of uncertainty and tears...

Tears I cry today, I'll cry tomorrow, and the next day and the next... Until eventually time will do its thing... And one day I'll wake up and find out I've run out of tears... And that will be the day I'll stop questioning my choice.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Saudade...

Saudade de mim, de ti, dele, dela e do outro!
Saudade do que fiz, e do que deixei por fazer!
Saudade amargurada das oportunidades perdidas...
Saudade de me sentir eu mesma...
Saudade de te ver, de te sentir, de te cheirar, de te saborear...
Saudade de te ter...
Saudade de ter tempo e não ter tempo nenhum...
Saudade dos amores e desamores que vivemos e já esquecemos...

Saudade cruel dos que ainda não conseguimos esquecer...
Saudade disto e daquilo, e de tudo um pouco...
Saudade, simplesmente... Um aperto na alma e no coração...
Uma vontade de voltar atrás... Uma nostalgia...
E o sabor agri-doce dessa mesma nostalgia...
Ah! Saudade...

O maior bem, soneto de Florbela Espanca


"Este querer-te bem sem me quereres,
Este sofrer por ti constantemente,
Andar atrás de ti sem tu me veres
Faria piedade a toda a gente.

Mesmo a beijar-me, a tua boca mente...
Quantos sangrentos beijos de mulheres
Pousa na minha a tua boca ardente,
E quanto engano nos seus vãos dizeres!...

Mas que me importa a mim que me não queiras,
Se esta pena, esta dor, estas caseiras,
Este mísero pungir, árduo e profundo,

Do teu frio desamor, dos teus desdéns,
É, na vida, o mais alto dos meus bens?
É tudo quanto eu tenho neste mundo?"