terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Coincidências... Ou talvez não...

Dizem que ninguém entra nas nossas vidas por acaso.
Dizem que nenhuma situação é mera coincidência.

Ao invés, as pessoas com que nos cruzamos, e as situações com que nos deparamos são exactamente aquelas que têm que ser, e que nós próprios atraímos pelas vibrações energeticas que enviamos para o Universo.

Tudo acontece no momento certo, e sempre com o próprosito de nos fazer evoluir.

Todos os encontros, todos os acontecimentos têm lugar e hora marcada. E todos terão a exacta duração da aprendizagem que é suposto fazermos com cada um deles.

Talvez por isso se diga também que os nossos inimigos são os nossos melhores amigos. Uns porque nos ensinam a lutar, outros porque nos mostram aquilo em que não nos queremos tornar.


Olho para a minha própria vida e para o meu quotidiano e verifico que é veradade.

O Tiago devolveu-me à minha caminhada espiritual, que havia ficado esquecida faz oito anos. Não fora pela doença da Pipoka, e eu não teria conhecido o Tiago.

A Carolina ajudou-me a fazer o luto pela perda do Big, e a compreender e a aceitar uma série de coisas com as quais eu, inutilmente, guerreava. Não fora pela necessidade de abrandar o ritmo e mudar de local de trabalho e eu não teria conhecido a Carolina.

A Marina... Bem.... A Marina foi a gota de água num copo já cheio, que transbordou no dia em que ela me disse "Vou fazer um curso de meditação. Queres vir?" 

E de repente encontro o lugar exacto daquelas peças do puzzle que a vida me deu, e que eu não estava a conseguir encaixar... Percebo finalmente qual o ensinamento que cada uma me veio trazer, e retomo o meu caminho.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Paz

Hoje, senti o teu espírito finalmente em paz!

As lágrimas correram-me pela cara abaixo, e eu soube...!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Soneto do Cativo - poema de David Mourão-Ferreira


"Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;

o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;

se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encantamento e de desprezo;

não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!"

David Mourão-Ferreira, in “Obra Poética”

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Fazias hoje anos

Fazias hoje 35 anos... Esteve um dia de inverno soalheiro e agradável.

Há alguns anos que nunca te ligava neste dia, mas nunca me esquecia da data. Hoje, mesmo que quisesse fazê-lo, ignorando todos os risco que isso implicava para mim e para ti...já não posso! E perante a tua ausência, todos os riscos parecem por demais insignificantes! É quase irónico pensar nisso!

Fui passear o meu cão... Não chegaste a conhece-lo. Ter-lhe-ias achado piada.
Temi que este dia me custasse a passar... Surpreendentemente tal não aconteceu.

Compreendi a minha missão e estou a cumpri-la. Isso dá-me paz.

Sinto-te nas forças da natureza e percebo que isto não acaba aqui! Aceito e recordo tudo com um sorriso no rosto... Um sorriso rasgado em vez de lágrimas. Isso agrada-te.


Até sempre, Amigo!

Meu amor que te foste sem te ver - Poema de Agostinho da Silva








 


"Meu amor que te foste sem te ver
que de mim te perdeste sem te amar
quem sabe se outra vida tu vais ter
ou se tudo se perde sem voltar

ou se é dentro de mim que tem de haver
tanta força no meu imaginar
que o poeta que é Deus o vá reter
e te dê vida e faça regressar

para de novo o sonho desfazer
num contínuo surgir e retornar
ao nada que dá ser ao que é querer
ao fado que só dá para se dar

por tudo estou amor e merecer
o que venha para eu te relembrar
só adorando o nada pretender
só vogando nas águas de aceitar."

 Agostinho da Silva, in «Citações e Pensamentos de Agostinho da Silva»