terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Coincidências... Ou talvez não...

Dizem que ninguém entra nas nossas vidas por acaso.
Dizem que nenhuma situação é mera coincidência.

Ao invés, as pessoas com que nos cruzamos, e as situações com que nos deparamos são exactamente aquelas que têm que ser, e que nós próprios atraímos pelas vibrações energeticas que enviamos para o Universo.

Tudo acontece no momento certo, e sempre com o próprosito de nos fazer evoluir.

Todos os encontros, todos os acontecimentos têm lugar e hora marcada. E todos terão a exacta duração da aprendizagem que é suposto fazermos com cada um deles.

Talvez por isso se diga também que os nossos inimigos são os nossos melhores amigos. Uns porque nos ensinam a lutar, outros porque nos mostram aquilo em que não nos queremos tornar.


Olho para a minha própria vida e para o meu quotidiano e verifico que é veradade.

O Tiago devolveu-me à minha caminhada espiritual, que havia ficado esquecida faz oito anos. Não fora pela doença da Pipoka, e eu não teria conhecido o Tiago.

A Carolina ajudou-me a fazer o luto pela perda do Big, e a compreender e a aceitar uma série de coisas com as quais eu, inutilmente, guerreava. Não fora pela necessidade de abrandar o ritmo e mudar de local de trabalho e eu não teria conhecido a Carolina.

A Marina... Bem.... A Marina foi a gota de água num copo já cheio, que transbordou no dia em que ela me disse "Vou fazer um curso de meditação. Queres vir?" 

E de repente encontro o lugar exacto daquelas peças do puzzle que a vida me deu, e que eu não estava a conseguir encaixar... Percebo finalmente qual o ensinamento que cada uma me veio trazer, e retomo o meu caminho.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Paz

Hoje, senti o teu espírito finalmente em paz!

As lágrimas correram-me pela cara abaixo, e eu soube...!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Soneto do Cativo - poema de David Mourão-Ferreira


"Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;

o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;

se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encantamento e de desprezo;

não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!"

David Mourão-Ferreira, in “Obra Poética”

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Fazias hoje anos

Fazias hoje 35 anos... Esteve um dia de inverno soalheiro e agradável.

Há alguns anos que nunca te ligava neste dia, mas nunca me esquecia da data. Hoje, mesmo que quisesse fazê-lo, ignorando todos os risco que isso implicava para mim e para ti...já não posso! E perante a tua ausência, todos os riscos parecem por demais insignificantes! É quase irónico pensar nisso!

Fui passear o meu cão... Não chegaste a conhece-lo. Ter-lhe-ias achado piada.
Temi que este dia me custasse a passar... Surpreendentemente tal não aconteceu.

Compreendi a minha missão e estou a cumpri-la. Isso dá-me paz.

Sinto-te nas forças da natureza e percebo que isto não acaba aqui! Aceito e recordo tudo com um sorriso no rosto... Um sorriso rasgado em vez de lágrimas. Isso agrada-te.


Até sempre, Amigo!

Meu amor que te foste sem te ver - Poema de Agostinho da Silva








 


"Meu amor que te foste sem te ver
que de mim te perdeste sem te amar
quem sabe se outra vida tu vais ter
ou se tudo se perde sem voltar

ou se é dentro de mim que tem de haver
tanta força no meu imaginar
que o poeta que é Deus o vá reter
e te dê vida e faça regressar

para de novo o sonho desfazer
num contínuo surgir e retornar
ao nada que dá ser ao que é querer
ao fado que só dá para se dar

por tudo estou amor e merecer
o que venha para eu te relembrar
só adorando o nada pretender
só vogando nas águas de aceitar."

 Agostinho da Silva, in «Citações e Pensamentos de Agostinho da Silva»

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Apaguei o teu número

Encontrei hoje a serenidade que necessitava para, finalmente, apagar o teu número do meu telemóvel...

Fui até à Praia de Carcavelos... Caía uma chuvinha molha tolos, mas foi esse o local que escolhi para o fazer... Há muitos anos, ficou ali uma parte de nós... Pareceu-me o local indicado...  Olho o mar... Olho o céu e a luz que transparece por entre as nuvens. Compreendo que não posso continuar a prender-te aos meus pensamentos, à minha dor, às minhas memórias, à minha saudade... Estou pronta para te deixar partir... Estarei mesmo? Estarei, algum dia? Desta vez de nada me serve saber o teu número de cor a salteado... Não é a Lei dos homens que me obriga a apaga-lo... É a Lei da Vida e da Morte. E contra essa, nada posso!

Apago o teu número, mas jamais apagarei a tua memória!

Aproveito, e de caminho edito o número que era da minha mãe, e, finamente, actualizo o nome para "pai". Já lá vão seis anos... Já ia sendo tempo de o fazer!

Sinto-me abençoada por teres feito parte da minha vida.
Sinto-me honrada por me teres confiado a missão que me confiaste.
Até na tua morte fizeste de mim uma pessoa melhor!

Obrigada Amigo!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Chance... There is no such thing!

After last night's whim to get out at 10 p.m. and go get a book I absolutelly had to start reading, this morning I realize that nothing, absolutelly nothing in our lives happens by chance!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Getting some closure...

Yesterday, as I got on the bus - I never take the bus, but yesterday, as I was going to the mass, I did - I overheard a conversation that could have been meant for me...

I dared to talk to the girl I had overheard before and on that moment I realized I hadn't taken that bus by chance... I was meant to be there... I had to come across this person!

It turned out that we were going to take the same train as well, so we went on talking... It turned out that we work in the same building... Just another small huge coincidence!

And so, out of the blue and apparently by chance I meet someone who shows me the way to finally get some closure... Everething seems to be coming full circle!

Thank you Angels!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

The 7th day...

Seven days ago, this morning you layed dying… And no one was there to help you or hold you hand… Which is quite odd considering the live you lived… Always surrounded by people who loved you somehow… It saddens me so that you died alone… Did you see it coming? Were you frightened? My God I wish I had said goodbye… Talked to you one last time… Seen you one last time… Heard your voice one last time…


I can’t figure out this pain, or why it hurts so deep… It wasn’t love, it never was… But it was the greatest of friendships and the closest complicity. We didn’t have anything and yet we had it all… And maybe that was the beauty of it: the freedom and the spontaneity… Freedom and spontaneity… Two great words to describe you! All good things are wild… All good things are free… Maybe you were never meant to be ours at all!

Were we fated to have unfinished business all the way? Will I ever get my closure?

sábado, 6 de novembro de 2010

Regras, regras e mais regras

Vivemos uma vida inteira a obedecer a regras... Regras cuja origem ou razão muitas vezes desconhecemos. Regras que não são para nós.. Que não nos fazem felizes.
E se essa moldura for demasiado estreita? Teremos que nos contorcer para caber dentro dela? Só porque assim se convencionou?
Mas quem disse...? E sera essa uma Lei Natural ou uma Lei dos Homens, da Tradição e do estrablishment?

Taking a trip down memory lane...

Apesar da profunda tristeza que sinto, sorrio sempre que me vêm à memória fragmentos do passado... E são tantos... E tão bons!

Recordo-te há dezoito ou dezanove anos atrás, quando te conheci numa qualquer festa em casa da Sónia. Recordo-te há cinco anos atrás, quando te reencontrei por acaso! E descubro que só tenho boas memórias...

Daqueles tempos guardo as tardes passadas no Bairro, as festas em casa da Sóninha, os slows das festas de garagem, as tuas gravatas (sim, porque tu começaste a trabalhar muito antes de qualquer um de nós, e chegavas sempre com o teu ar muito profissional e arrumadinho!), os peões que nos divertíamos a fazer no recinto onde é hoje o mercado de Carcavelos (muito sofreu nas tuas mãos aquele Nissan Micra vermelhinho que era tão, mas tão giro!), uma ou outra ida nocturna à praia, aquele convite para ir almoçar a Évora que eu nunca aceitei ("- Ele 'tá louco. Évora é no cú de Judas!!!"), o número do teu pager (sim, somos do tempo dos pagers!!!)... E todas as coisas que descobri contigo... E foram tantas...!

Acabámos o liceu, mas continuámos a encontrar-nos de vez em quando, aqui ou ali, trocando novidades, pondo a conversa em dia, matando saudades... Até que o rumo da vida nos separou, e seguimos caminho sem sequer pensar muito nisso! Um telefonema ou outro apenas, cada vez mais espaçados no tempo. Devem ter passado alguns anos até que eu voltei a ter notícias tuas... Foi quando cheguei de Lua-de-Mel, e a minha mãe me disse: "- Olha, sabes quem ligou à tua procura? O Renato!". A minha mãe adorava-te (tão ingénua...)! Falámos nessa altura. Trocámos novidades e voltámos às nossas vidas!

Depois, por um daqueles acasos da vida que ninguém percebe, reencontrei-te há cinco anos! Foi por esta altura! Estávamos perto do final do ano...! Tu estavas igual, e eu já não era uma miúda! Não sei exactamente há quantos anos não te via... Mas, no essencial, nada tinha mudado. Tomámos um café e conversámos. Contei-te da morte da minha mãe e tu recordaste-a com tanto carinho...! Relembrámos coisas do passado, e tu lembravas-te de coisas que eu já tinha esquecido.

Recordaste-me uma conversa tida há muitos anos, à porta de casa dos meus pais...! Parecia que estavas a vaticinar o futuro! Quem diria...! Lembro-me que na altura não te respondi, mas pensei "'Tá louco!". Mas não, não estavas! Estava mesmo a acontecer... Tal como previras não sei quantos anos antes!

Partilhámos tâmaras, dúvidas, bolo-rei , desabafos...! Aprendi a gostar de sushi... Vá-se lá saber porquê! Até que a vida nos separou de novo, mas desta vez pela força!

"- Esquecemo-nos!"
"- É melhor...! Quem sabe um dia... Daqui a uns 10 anos!"

Mas não passaram sequer dez anos! Passaram quatro... E desta vez não foi a vida que nos separou... Foi a morte... A tua morte, inesperada e prematura.

Hoje, o passado longínquo e o passado recente misturam-se na minha memória. E, apesar dos encontros e desencontros, não hesito em dizer que só tenho boas memórias de ti!

Dói demais pensar que desapareceste deste plano para sempre, e que nunca mais te vou rever. Sei que vou ter saudades tuas... Do teu sorriso maroto, mas sincero e contagiante... Do teu abraço apertado... Como é possível? O teu corpo inerte...! Porquê, meu Deus? Porquê tu?

Recordo-te como um portento de homem, do alto do teu metro e noventa e oito! Recordo-te como uma verdadeira força da natureza. Era impossível resistir ao teu magnetismo e ao teu charme! Lembro-me de pensar que, se fosses um carro, serias um BMW Serie 6! É assim que eu me lembro de ti! E é assim que eu te quero recordar para sempre!

Mas para sempre vai ficar também a dor de não me ter despedido de ti! Hoje olho para trás e percebo os sinais que, então, não percebi! Começaste a invadir os meus pensamentos há cerca de dois meses atrás! Foi um sonho estranho, foi o pensar em ti out of the blue e sem razão aparente, foi o teu número que reapareceu na minha agenda quando troquei de telemóvel, foi o passar à porta do teu trabalho e recordar-me de tanta coisa, foi uma vontade súbita de te ligar e saber de ti ... Parece que era o Universo a dizer-me "- Liga-lhe! Vai tomar um café com ele! É a tua última oportunidade de o veres sorrir, de o ouvires gargalhar, de o abraçares!". Ou serias tu a chamar-me para te despedires de mim?

Até o momento em que recebi a tua triste noticia.... Até esse parece um sinal... Como se encerrasse em si algum significado... Passado e presente cruzam-se, e de repente, no meio de tanta tristeza, dou comigo a pensar que a vida é demasiado efémera, e pergunto-me o que estou a fazer à minha... E fico ainda mais triste! Encosto-me à ombreira da porta e pergunto-me se a felicidade estará mesmo ali ao lado! Encerrei essa porta há uns meses atrás... Não, não encerrei... Na realidade, deixei-a entreaberta! Pergunto-me se a devo abrir novamente... Pergunto-me se ainda vou a tempo de a abrir!

Recordo-me dos meus feelings, e sinto medo... Será isto uma espécie de aviso? Do tipo "não deixes para amanhã a felicidade que podes viver hoje."? Alguém me fala de "desapego", num momento em que a vida me recorda que somos pó, cinza e nada. Vimos nus ao mundo, e do mundo apenas levamos um fato e um ramo de flores!

Despedi-me de ti com um girassol. Não é uma flor apropriada para funerais mas é a minha favorita e representa bem o que foste em vida. Enchias uma sala com a tua presença, e tudo girava à tua volta. Eras mesmo Sagitário!

O teu funeral coincidiu com o aniversário da morte da minha mãe! Foi um dia muito difícil...! Já te disse que ela te adorava? Ah... Mas tu sabias isso! Pedi-lhe que te receba do outro lado, e que te ajude a fazer a passagem! Não sei se alma sente angustia ou revolta, mas temo pela tua dor ao perceber que não vais ver crescer os teus filhos... A maior injustiça de todas...! Peço a Deus que lhes dê força, e a ti que te dê paz!

A vida foi madrasta. Sê tu um Anjo!

Obrigado por fazeres parte da minha vida.

Com carinho e amizade, até sempre Amigo!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ao Renato...

Hoje sou confrontada com uma triste realidade... Uma realidade tão obvia e tão evidente, mas sobejamente esquecida... A vida, aquela que nós tantas vezes tomamos por garantida a cada dia que passa, é efémera... Muito efémera.

O meu ram ram quotidiano foi hoje interrompido pela notícia da morte de um amigo. Era um homem novo, com 34 anos, uma figura alta, esguia, imponente... E uma vida inteira à sua frente. Talvez o coração o tenha traído, talvez tenha sido uma qualquer veia no cérebro... Não sabemos... Só sabemos que lhe foi roubada a vida, prematuramente.

Sabemos que muito fica por dizer, por fazer, por viver, por partilhar... Restam-nos as memórias e a saudade da sua simpatia, do seu charme e do seu carisma que a todos conquistavam.

Tal como o Carlos, o João, a Filipa e o André, o Renato deixou-nos cedo demais, e sem qualquer aviso prévio.

Pode acontecer com qualquer um... A morte, é a única certeza que temos na vida. Sabemos que ela chegará um dia, só não sabemos quando. O que me leva a pensar que a vida, finita como é, é demasiado preciosa e breve para ser desperdiçada. Apercebo-me que a busca de felicidade não pode ser adiada para amanhã, porque esse amanhã pode nunca chegar. Sinto que cada minuto de prazer, por mais breve e fugaz que seja, deve ser devidamente agradecido e apreciado, pois pode muito bem ser o último!

Quanto a ti, amigo, espero que tenhas tido uma vida feliz, e que hoje, onde quer que estejas, possas ser um anjo para todos aqueles a quem tua ausência mais magoa!

R.I.P.
1-12-1975 - 2-11-2010
Cascais   - Vila Nova de São Bento

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A inércia...

Revolta... frustração... impotência... desilusação... cansaço...

Sentimentos provocados pela inércia que te prende ao chão... pelas promessas sempre quebradas... pelas mudanças jamais concretizadas...

E eu espero... e espero... e acredito... e desespero... e deixo de acreditar... e questiono... e duvido... ponho tudo em causa... quero voltar atrás... quero seguir em frente... não sei o que quero...!

E depois há a inércia... aquela que me prende a mim ao chão!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A vida é como um armário

Mandam as teorias do feng shui que nos desfaçamos de tudo aquilo que já não usamos, que já não nos serve. A regra básica é limitarmo-nos ao essencial, e aplica-se à organização da nossa casa, dos nossos armários… Onde teimamos em acumular objectos, roupas, papeis, fotografias… Enfim… Coisas do passado, espelhos do que fomos e já não somos mais, mas que insistimos em guardar com um inegável apego, carregado de nostalgia.

Diz a tradição oriental que guardar todas estas coisas impede que novas energias fluam, e que novas coisas cheguem até nós.

A nossa vida não é muito diferente… A mesma regra aplica-se-lhe na perfeição. Enquanto estivermos presos ao nosso passado e às nossas memórias não poderemos avançar nem abraçar as novidades que o Universo nos reserva!

De nada serve agarrarmo-nos à esperança de pensar que o melhor ainda está para vir se não estivermos dispostos a aceitá-lo e a recebê-lo… Se não abrirmos, para ele, espaço no nosso armário! Para que novas energias possam fluir livremente na nossa vida é necessário que elas encontrem o caminho livre… E um espaço aberto.


É preciso abrir mão das ideias e dos ideais já gastos, dos velhos sonhos e ambições, das relações que já não nos pertencem para que, então, a Vida e o Universo nos possam trazer algo de novo… Novas perspectivas, novas experiências, novos seres!



Tenham Fé, e fiquem atentos à Vida!

domingo, 10 de outubro de 2010

Love the way you lie

A ouvir Eminem "Love The Way You Lie" ft. Rihanna, dou comigo a questionar-me o que será preferível: uma mentira feliz ou uma verdade infeliz. 

Toda a vida buscamos a felicidade, mas a que preço? E existirá realmente algo como uma mentira feliz? Não será apenas uma ilusão de felicidade, ou uma meia felicidade?

Não será a verdade libertadora? E não é a liberdade condição imprescindível para a felicidade? 

Não sei... Só sei que quero ser feliz, e tenho o direito de sê-lo! 

sábado, 18 de setembro de 2010

Hesitações

Hesitamos porque a razão fala mais alto. A razão, o medo... E escutamos tudo, menos o coração! Da boca saem-nos as palavras certas, cuidadosamente pensadas, em vez daquelas que são verdadeiramente sentidas...! Optamos por esconder os sentimentos porque insistimos em julga-los à luz do que é tido por certo ou errado! E seguimos os nosso caminhos, traçados por todas as hesitações que mudaram o rumo das nossas vidas. A partir desse momento, vivemos num misto de arrependimento e dúvida... Até quando?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Magia...

A magia perde-se... As recordações ficam...

Vizinhos de praia

Não há soneca melhor do aquela que faço na praia... Com o Solzinho a aquecer o corpo e o barulho do Mar ao fundo... É perfeito.

E quando acordo para descobrir que ao meu lado se instalou um vizinho jeitoso, com um peitoral bem definido e devidamente depilado (atenção, que não fica bem a todos!), um six pack que deixa adivinhar muitas horas de ginásio e um bronze da fazer inveja aos comuns mortais, parece perfeito, certo?

Errado, só parece! Porque, na realidade, não é!

Na realidade o fulano tem um telemóvel e uma matraca, e não se cala (parece uma "gaija"). De repente percebo que, por muito agradável que tenha sido a visão que tive ao acordar, não vou conseguir retomar a minha soneca de praia... E tenham lá a santa da paciência... Mas não há six pack nenhum que supere uma sórninha ao Sol...

Mas será que este fulano não vai à agua? Mas será que ele nunca mais se vai embora? Com tanto metro de areal tinha que aterrar logo aqui, ao meu lado?!?!?

Quando for rica compro uma prainha só para mim!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A dúvida

Porque me atormenta tanto a dúvida? Porque continuo a sonhar com o que deixei para trás?  Presa a uma ilusão que eu própria criei, e que nem sequer sei quanto de real tem ou não?

Fogem-me as certezas e as convicções... Arrasto-me no passar dos dias, num dia a dia que se arrasta em mim... Sem fogo, nem paixão...

Falha-me a razão... Sobra-me o sentimento... Contradizem-se... Rasgam-me ao meio...
E no meio de tanta dúvida, sinto-me a morrer por dentro... Cada vez mais longe de mim... De quem eu sou, e de quem eu quero ser...

A vida trocou-me as voltas ...  Morro de tédio... Afogada na dúvida que me consome e me esgota as forças... Caminho como se quisesse fugir de mim, e das minhas dúvidas... Mas por mais que fuja, elas apanham-me sempre... Desprevenida e sem respostas...

«A busca da felicidade é uma das principais fontes de infelicidade» Eric Hoffer

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Horoscopo

Hoje, ao arrumar a papelada deparei-me com um recorte de jornal... Uma folha antiga, onde estava também o horóscopo. Por mera curiosidade decidi lê-lo:

      "Se não disser aquilo que sente verdadeiramente, ninguém o poderá adivinhar"

Instintivamente fui ver a data do jornal: 19 de Julho de 2010!
Questionei-me se terei lido o horoscopo nesse dia... Suponho que não... Se o tivesse feito, teria eu sido capaz de compreender a mensagem e dizer aquilo que verdadeiramente sentia... Sem pruridos nem rodeios? Teria isso feito a diferença? Teria isso evitado que nos perdessemos pelo caminho?

E se não nos tivessemos perdido... Teríamos tido a coragem de aceitar os sentimentos verdadeiros?

domingo, 5 de setembro de 2010

Saudade, poema de Pablo Neruda

"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe
o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."

sábado, 4 de setembro de 2010

The Crossroads

It takes no time to fall in love, but a lifetime to let go... And even though my reasoning tells me I made the right choice by letting go, my heart will always wonder...

                     It will always wonder 
                     Because it'll never know

It will never know because I robbed it of that chance to find out.  I chose a different path, and in that path there's no room for us... So I chose to let us go... to leave us behind...

Painful as it was, a different choice wouldn't have been any less painful. And the heart would wonder nonetheless... Dwelling on a different doubt and a different pain, but still doubt and still pain... More striking and hurtful maybe.

You see, life is all about choices. And some of those choices can be life-changing. These are the crossroads of life. Following the same old path while forsaking a whole new one, full of new opportunities and hopes, comes with a lot of uncertainty and tears...

Tears I cry today, I'll cry tomorrow, and the next day and the next... Until eventually time will do its thing... And one day I'll wake up and find out I've run out of tears... And that will be the day I'll stop questioning my choice.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Saudade...

Saudade de mim, de ti, dele, dela e do outro!
Saudade do que fiz, e do que deixei por fazer!
Saudade amargurada das oportunidades perdidas...
Saudade de me sentir eu mesma...
Saudade de te ver, de te sentir, de te cheirar, de te saborear...
Saudade de te ter...
Saudade de ter tempo e não ter tempo nenhum...
Saudade dos amores e desamores que vivemos e já esquecemos...

Saudade cruel dos que ainda não conseguimos esquecer...
Saudade disto e daquilo, e de tudo um pouco...
Saudade, simplesmente... Um aperto na alma e no coração...
Uma vontade de voltar atrás... Uma nostalgia...
E o sabor agri-doce dessa mesma nostalgia...
Ah! Saudade...

O maior bem, soneto de Florbela Espanca


"Este querer-te bem sem me quereres,
Este sofrer por ti constantemente,
Andar atrás de ti sem tu me veres
Faria piedade a toda a gente.

Mesmo a beijar-me, a tua boca mente...
Quantos sangrentos beijos de mulheres
Pousa na minha a tua boca ardente,
E quanto engano nos seus vãos dizeres!...

Mas que me importa a mim que me não queiras,
Se esta pena, esta dor, estas caseiras,
Este mísero pungir, árduo e profundo,

Do teu frio desamor, dos teus desdéns,
É, na vida, o mais alto dos meus bens?
É tudo quanto eu tenho neste mundo?"
 
 

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Saudades, soneto de Florbela Espanca

"Saudades! Sim... Talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!"

Inconstância, soneto de Florbela Espanca

"Procurei o amor que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava.
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer…
Um sol a apagar-se e outro a acender
Nas brumas dos atalhos por onde ando…

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há de partir também… nem eu sei quando…"

Amar, soneto de Florbela Espanca

"Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar."

Se tu viesses ver-me, soneto de Florbela Espanca

"Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti..."

Alma Perdida, soneto de Florbela Espanca

"Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!..."

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Adeus...

Hoje parte-se-me o coração.


Hoje partiu a Pipoka.

Mas não partiu sem deixar marcas, sem passar a sua mensagem, sem antes me salvar.

Adoeceste por altura do meu tratamento. Foi mais um longo, penoso e solitário processo de FIV que não resultou em nada. Durante os meus dias de repouso, nunca abandonaste o meu quarto. Debaixo da minha cama ou deitada no meu tapete lá estavas tu! Sempre ali. Sempre presente, com o teu carinho e a tua alegria, como se percebesses o bem que a tua presença me fazia.

Durante aquele tempo, tiveste o cio. E, apesar de todos os nossos cuidados, lá houve um dia em que tu e o cachorro se pisgaram juntos para o quintal. Pouco tempo depois a tua barriguinha começou a crescer, e todos nós, incluindo o teu veterinário, pensámos o óbvio - estavas prenha, e a uns 15 dias de ter os cachorrinhos.

Claro que eu fiquei felicíssima. O milagre da vida, seja lá em que espécie for, é sempre uma bênção numa casa. E, para mim, era quase como um sinal, uma esperança renovada. Há pouco mais de um ano tínhamos tido no jardim uma ninhada de melros, e a Clarisse tinha dito que era um bom presságio. Nunca mais me esqueci daquela conversa.

Mas quanto mais a tua barriga crescia, mais tu emagrecias. Não havia ração ou Nutrigel que parecesse alterar este facto. Lá te levei de novo ao vet, e ele também achou estranho o teu quadro clínico.

Quando o ouvi dizer "- Só se não for uma prenhez, e for um tumor" foi como se me tirassem o chão debaixo dos pés. Fizeram-te um RX e o sangue gelou-me nas veias quando o vi - não tinhas nada no ventre. Só água!

Era uma ascite. A primeira vez que ouvira tal palavra havia sido no IPO, aquando da doença da minha mãe. Tentei fazer-me forte, mas as lágrimas correram-me pela cara abaixo. Não só não previ tamanha desilusão como, agora, temia pela tua vida.

Fomos de urgência para o Hospital Veterinário de São Bento. Era Sexta-feira, 2 de Julho de 2010, e tu ficaste logo internada, para fazer todos os exames necessários. Eu iria buscar-te no dia seguinte. Mas no dia seguinte não te deram alta. A tua condição era grave, e tu necessitavas de continuar internada. E assim foi. A casa, sem ti, estava demasiado silenciosa e sossegada (sim, porque tu passavas a vida a desassossegar o cachorro para a brincadeira... e ele, às vezes escondia-se de ti, lembras-te?).

Havia que estabilizar a tua condição física para que se pudesse proceder à biopsia, o que apenas foi possível a 7 de Julho. Durante aqueles dias, o meu coração apertou-se tanto, tanto... E nunca deixei de te visitar. A tua cauda abanava de alegria sempre que me vias, e ladravas de zangada sempre que eu me ia embora. Depois da cirurgia, recusaste-te a comer, e eu passei a levar-te arroz e frango. To adoraste, e recuperaste bem. Cinco dias depois, a 12 de Julho, tiveste a tua alta.

Finalmente tinha-te de volta em casa. Com ração especial e devidamente medicada, começaste por reagir bem ao tratamento, e nós respirámos de alívio. Mas este alívio durou pouco tempo. A habituação chegou no espaço de um mês, e foste novamente internada a 13 de Agosto.

Tínhamos esperança que melhorasses, mas isso não aconteceu. Na Segunda-feira seguinte o Dr. Henrique e a Dra. Sheila quiseram falar comigo. Soube logo que as notícias não eram boas. Tu tinhas de novo líquido, mas agora não era apenas no abdómen, era no tórax também. Por isso, tinhas já alguma dificuldade em respirar. Já não ladraste quando eu me vim embora. E eu soube que já não tinhas forças.

Meu Deus... Ainda na Sexta-feira antes tinhas ladrado quando te deixei lá! Como era possível?

O teu pelo começara a cair muito, e na tua pele já se viam infecções oportunistas. Nessa noite o Dr. Henrique ligou-me. Pensei o pior. Mas não, não te tinhas ido embora. Ele apenas me quis avisar de que te iria fazer uma punção torácica para que ficasses mais confortável até ao dia seguinte. Compreendi a mensagem.

Percebi que tinha chegado a altura de tomar a decisão mais humana, e ao mesmo tempo mais difícil, que estava ao meu alcance, e deixar-te partir em paz… Sem dor... Nem sofrimento...

Hoje, quando fui ter contigo, trouxeram-te embrulhadinha numa mantinha azul... Estavas fraca e cansada de lutar. Partiu-me o coração ver-te assim. Olhaste-me com o teu olhar meiguinho e eu tentei ser forte, para que apenas sentisses amor e paz. Conversei contigo, agradeci-te por tudo o que trouxeste à minha vida, pedi-te para olhares por nós quando chegasses ao outro lado, e tentei cantar para ti. Mas os meus olhos estavam inchados de tanto chorar, e tu percebeste, de certo, a tristeza que me ia no coração.

Foi a Dra Sheila que esteve connosco naquele momento doloroso, e tu adormeceste nos meus braços.

Partiste... mas não sem antes mudar a minha vida. Deixas tantas saudades... E marcas tão profundas.

“Quando alguém se cruza no nosso caminho, traz sempre uma mensagem para nós. Encontros fortuitos são coisa que não existe. Mas o modo como respondemos a esses encontros determina se estamos à altura de recebermos a mensagem.” Terei eu estado à altura? Terei eu compreendido a mensagem? Desejo com todas as minhas forças que sim, para que a tua passagem por aqui, e o teu sofrimento não tenham sido em vão.

“A Primeira Revelação acontece quando tomamos consciência das coincidências que ocorrem na nossa vida”. Mas eu não acredito em coincidências. Acredito, sim, que nada acontece por acaso. E não foi por acaso que eu te recolhi. Não foi por acaso que tu adoeceste. Terás vindo mostrar-me o caminho da felicidade? Terei eu escolhido o caminho certo?

Um dia escrevo as nossas crónicas: "We met under the most bizarre circumstances..."

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Queria continuar a amar-te...

A tua indiferença dói-me. Compreendo-a. Aceito as tuas razões.
Mas dói-me.
Dói-me, porque te quiz muito... Dói-me, porque ainda te quero.
Mas não te posso ter, nem me posso dar!
E é por isso que te afastas. E é por isso que compreendo e que aceito.
Mas nem por isso dói menos. Nem por isso é fácil.
Não é fácil ultrapassar a dúvida... Não é fácil esquecer os bons momentos.
Mas nem sequer quero esquece-los. Quero guardá-los comigo, num cantinho da minha alma, que reservo para nós.
Seria tão mais fácil se eu pudesse guardar os sentimentos como guardo as memórias. Guardá-los, em vez de senti-los... Porque mesmo sabendo que não posso, não consigo deixar de sentir o que sinto. A gaveta dos sentimentos, apenas o tempo a fechará!
Até lá, recordar-te-ei como um anjo mensageiro, que o destino pôs no meu caminho.
Nada acontece por acaso, e se aconteceu assim, é porque era assim que tinha que ser.
Amei-te intensamente por breves instantes... Mas não posso amar-te mais...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Amar apenas...

Não sei o que é... Mas algo me atrai!
Como se de um imã se tratasse... Com uma força superior às minhas forças...
Não sei explicar, e nem tento. Não consigo. Seria um esforço vão. Uma tarefa inglória.
Limito-me a sentir, e a aceitar.
Não luto... Não quero lutar!
Recebo o que a vida traz e saboreio cada momento...
Sem dúvidas e sem questões... Sem remorsos nem arrependimentos...
Aceitar apenas...
Sentir apenas...
Amar apenas...


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A busca do Amor, por Paulo Coelho

"É preciso buscar o Amor onde estiver, mesmo que isso signifique horas, dias, semanas de decepção e tristeza. Porque ao momento em que partimos em busca do Amor, ele também parte ao nosso encontro."  Paulo Coelho

O que me vai na alma...

Gosto de dizer o que me vai na alma... Sempre fui assim.
Quem me conhece bem, sabe que é verdade.
Quem não me conhece, por vezes, surpreende-se.

E hoje necessito partilhar a alma... Entregá-la... Pô-la cá fora... Sacudi-la... Abaná-la... Tirar-lhe as dúvidas... Os medos... Os receios e os arrependimentos... Despi-la de todos os "e se...?" que a atormentam...

"E se...?"

Expressão que corrói mais que o sal e que o vinagre... Que nos leva a reviver o passado e a repensar o futuro... Que lança a nossa alma num turbilhão de pensamentos, de suposições e de "porquê's".

E quando as respostas chegam, parece que vêm tarde... E, mais uma vez, não percebemos porquê!
Só sabemos que dói e que arde!