sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Apaguei o teu número

Encontrei hoje a serenidade que necessitava para, finalmente, apagar o teu número do meu telemóvel...

Fui até à Praia de Carcavelos... Caía uma chuvinha molha tolos, mas foi esse o local que escolhi para o fazer... Há muitos anos, ficou ali uma parte de nós... Pareceu-me o local indicado...  Olho o mar... Olho o céu e a luz que transparece por entre as nuvens. Compreendo que não posso continuar a prender-te aos meus pensamentos, à minha dor, às minhas memórias, à minha saudade... Estou pronta para te deixar partir... Estarei mesmo? Estarei, algum dia? Desta vez de nada me serve saber o teu número de cor a salteado... Não é a Lei dos homens que me obriga a apaga-lo... É a Lei da Vida e da Morte. E contra essa, nada posso!

Apago o teu número, mas jamais apagarei a tua memória!

Aproveito, e de caminho edito o número que era da minha mãe, e, finamente, actualizo o nome para "pai". Já lá vão seis anos... Já ia sendo tempo de o fazer!

Sinto-me abençoada por teres feito parte da minha vida.
Sinto-me honrada por me teres confiado a missão que me confiaste.
Até na tua morte fizeste de mim uma pessoa melhor!

Obrigada Amigo!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Chance... There is no such thing!

After last night's whim to get out at 10 p.m. and go get a book I absolutelly had to start reading, this morning I realize that nothing, absolutelly nothing in our lives happens by chance!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Getting some closure...

Yesterday, as I got on the bus - I never take the bus, but yesterday, as I was going to the mass, I did - I overheard a conversation that could have been meant for me...

I dared to talk to the girl I had overheard before and on that moment I realized I hadn't taken that bus by chance... I was meant to be there... I had to come across this person!

It turned out that we were going to take the same train as well, so we went on talking... It turned out that we work in the same building... Just another small huge coincidence!

And so, out of the blue and apparently by chance I meet someone who shows me the way to finally get some closure... Everething seems to be coming full circle!

Thank you Angels!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

The 7th day...

Seven days ago, this morning you layed dying… And no one was there to help you or hold you hand… Which is quite odd considering the live you lived… Always surrounded by people who loved you somehow… It saddens me so that you died alone… Did you see it coming? Were you frightened? My God I wish I had said goodbye… Talked to you one last time… Seen you one last time… Heard your voice one last time…


I can’t figure out this pain, or why it hurts so deep… It wasn’t love, it never was… But it was the greatest of friendships and the closest complicity. We didn’t have anything and yet we had it all… And maybe that was the beauty of it: the freedom and the spontaneity… Freedom and spontaneity… Two great words to describe you! All good things are wild… All good things are free… Maybe you were never meant to be ours at all!

Were we fated to have unfinished business all the way? Will I ever get my closure?

sábado, 6 de novembro de 2010

Regras, regras e mais regras

Vivemos uma vida inteira a obedecer a regras... Regras cuja origem ou razão muitas vezes desconhecemos. Regras que não são para nós.. Que não nos fazem felizes.
E se essa moldura for demasiado estreita? Teremos que nos contorcer para caber dentro dela? Só porque assim se convencionou?
Mas quem disse...? E sera essa uma Lei Natural ou uma Lei dos Homens, da Tradição e do estrablishment?

Taking a trip down memory lane...

Apesar da profunda tristeza que sinto, sorrio sempre que me vêm à memória fragmentos do passado... E são tantos... E tão bons!

Recordo-te há dezoito ou dezanove anos atrás, quando te conheci numa qualquer festa em casa da Sónia. Recordo-te há cinco anos atrás, quando te reencontrei por acaso! E descubro que só tenho boas memórias...

Daqueles tempos guardo as tardes passadas no Bairro, as festas em casa da Sóninha, os slows das festas de garagem, as tuas gravatas (sim, porque tu começaste a trabalhar muito antes de qualquer um de nós, e chegavas sempre com o teu ar muito profissional e arrumadinho!), os peões que nos divertíamos a fazer no recinto onde é hoje o mercado de Carcavelos (muito sofreu nas tuas mãos aquele Nissan Micra vermelhinho que era tão, mas tão giro!), uma ou outra ida nocturna à praia, aquele convite para ir almoçar a Évora que eu nunca aceitei ("- Ele 'tá louco. Évora é no cú de Judas!!!"), o número do teu pager (sim, somos do tempo dos pagers!!!)... E todas as coisas que descobri contigo... E foram tantas...!

Acabámos o liceu, mas continuámos a encontrar-nos de vez em quando, aqui ou ali, trocando novidades, pondo a conversa em dia, matando saudades... Até que o rumo da vida nos separou, e seguimos caminho sem sequer pensar muito nisso! Um telefonema ou outro apenas, cada vez mais espaçados no tempo. Devem ter passado alguns anos até que eu voltei a ter notícias tuas... Foi quando cheguei de Lua-de-Mel, e a minha mãe me disse: "- Olha, sabes quem ligou à tua procura? O Renato!". A minha mãe adorava-te (tão ingénua...)! Falámos nessa altura. Trocámos novidades e voltámos às nossas vidas!

Depois, por um daqueles acasos da vida que ninguém percebe, reencontrei-te há cinco anos! Foi por esta altura! Estávamos perto do final do ano...! Tu estavas igual, e eu já não era uma miúda! Não sei exactamente há quantos anos não te via... Mas, no essencial, nada tinha mudado. Tomámos um café e conversámos. Contei-te da morte da minha mãe e tu recordaste-a com tanto carinho...! Relembrámos coisas do passado, e tu lembravas-te de coisas que eu já tinha esquecido.

Recordaste-me uma conversa tida há muitos anos, à porta de casa dos meus pais...! Parecia que estavas a vaticinar o futuro! Quem diria...! Lembro-me que na altura não te respondi, mas pensei "'Tá louco!". Mas não, não estavas! Estava mesmo a acontecer... Tal como previras não sei quantos anos antes!

Partilhámos tâmaras, dúvidas, bolo-rei , desabafos...! Aprendi a gostar de sushi... Vá-se lá saber porquê! Até que a vida nos separou de novo, mas desta vez pela força!

"- Esquecemo-nos!"
"- É melhor...! Quem sabe um dia... Daqui a uns 10 anos!"

Mas não passaram sequer dez anos! Passaram quatro... E desta vez não foi a vida que nos separou... Foi a morte... A tua morte, inesperada e prematura.

Hoje, o passado longínquo e o passado recente misturam-se na minha memória. E, apesar dos encontros e desencontros, não hesito em dizer que só tenho boas memórias de ti!

Dói demais pensar que desapareceste deste plano para sempre, e que nunca mais te vou rever. Sei que vou ter saudades tuas... Do teu sorriso maroto, mas sincero e contagiante... Do teu abraço apertado... Como é possível? O teu corpo inerte...! Porquê, meu Deus? Porquê tu?

Recordo-te como um portento de homem, do alto do teu metro e noventa e oito! Recordo-te como uma verdadeira força da natureza. Era impossível resistir ao teu magnetismo e ao teu charme! Lembro-me de pensar que, se fosses um carro, serias um BMW Serie 6! É assim que eu me lembro de ti! E é assim que eu te quero recordar para sempre!

Mas para sempre vai ficar também a dor de não me ter despedido de ti! Hoje olho para trás e percebo os sinais que, então, não percebi! Começaste a invadir os meus pensamentos há cerca de dois meses atrás! Foi um sonho estranho, foi o pensar em ti out of the blue e sem razão aparente, foi o teu número que reapareceu na minha agenda quando troquei de telemóvel, foi o passar à porta do teu trabalho e recordar-me de tanta coisa, foi uma vontade súbita de te ligar e saber de ti ... Parece que era o Universo a dizer-me "- Liga-lhe! Vai tomar um café com ele! É a tua última oportunidade de o veres sorrir, de o ouvires gargalhar, de o abraçares!". Ou serias tu a chamar-me para te despedires de mim?

Até o momento em que recebi a tua triste noticia.... Até esse parece um sinal... Como se encerrasse em si algum significado... Passado e presente cruzam-se, e de repente, no meio de tanta tristeza, dou comigo a pensar que a vida é demasiado efémera, e pergunto-me o que estou a fazer à minha... E fico ainda mais triste! Encosto-me à ombreira da porta e pergunto-me se a felicidade estará mesmo ali ao lado! Encerrei essa porta há uns meses atrás... Não, não encerrei... Na realidade, deixei-a entreaberta! Pergunto-me se a devo abrir novamente... Pergunto-me se ainda vou a tempo de a abrir!

Recordo-me dos meus feelings, e sinto medo... Será isto uma espécie de aviso? Do tipo "não deixes para amanhã a felicidade que podes viver hoje."? Alguém me fala de "desapego", num momento em que a vida me recorda que somos pó, cinza e nada. Vimos nus ao mundo, e do mundo apenas levamos um fato e um ramo de flores!

Despedi-me de ti com um girassol. Não é uma flor apropriada para funerais mas é a minha favorita e representa bem o que foste em vida. Enchias uma sala com a tua presença, e tudo girava à tua volta. Eras mesmo Sagitário!

O teu funeral coincidiu com o aniversário da morte da minha mãe! Foi um dia muito difícil...! Já te disse que ela te adorava? Ah... Mas tu sabias isso! Pedi-lhe que te receba do outro lado, e que te ajude a fazer a passagem! Não sei se alma sente angustia ou revolta, mas temo pela tua dor ao perceber que não vais ver crescer os teus filhos... A maior injustiça de todas...! Peço a Deus que lhes dê força, e a ti que te dê paz!

A vida foi madrasta. Sê tu um Anjo!

Obrigado por fazeres parte da minha vida.

Com carinho e amizade, até sempre Amigo!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ao Renato...

Hoje sou confrontada com uma triste realidade... Uma realidade tão obvia e tão evidente, mas sobejamente esquecida... A vida, aquela que nós tantas vezes tomamos por garantida a cada dia que passa, é efémera... Muito efémera.

O meu ram ram quotidiano foi hoje interrompido pela notícia da morte de um amigo. Era um homem novo, com 34 anos, uma figura alta, esguia, imponente... E uma vida inteira à sua frente. Talvez o coração o tenha traído, talvez tenha sido uma qualquer veia no cérebro... Não sabemos... Só sabemos que lhe foi roubada a vida, prematuramente.

Sabemos que muito fica por dizer, por fazer, por viver, por partilhar... Restam-nos as memórias e a saudade da sua simpatia, do seu charme e do seu carisma que a todos conquistavam.

Tal como o Carlos, o João, a Filipa e o André, o Renato deixou-nos cedo demais, e sem qualquer aviso prévio.

Pode acontecer com qualquer um... A morte, é a única certeza que temos na vida. Sabemos que ela chegará um dia, só não sabemos quando. O que me leva a pensar que a vida, finita como é, é demasiado preciosa e breve para ser desperdiçada. Apercebo-me que a busca de felicidade não pode ser adiada para amanhã, porque esse amanhã pode nunca chegar. Sinto que cada minuto de prazer, por mais breve e fugaz que seja, deve ser devidamente agradecido e apreciado, pois pode muito bem ser o último!

Quanto a ti, amigo, espero que tenhas tido uma vida feliz, e que hoje, onde quer que estejas, possas ser um anjo para todos aqueles a quem tua ausência mais magoa!

R.I.P.
1-12-1975 - 2-11-2010
Cascais   - Vila Nova de São Bento